Tristeza constante

Por que insistir no que já não existe?

Se de teus olhos só caem lágrimas tristes

E o amor perdeu-se em meio insegurança.

Onde foi parar nossa confiança?

Incapazes de sermos plenos,

De-me uma dose mais desse veneno.

Continuarmos com isso parece ilusão,

A não ser que novamente nos estendermos as mãos.

Contudo, são pensamentos avulsos

Ou palavras em vão.

Os esforços não foram na mesma proporção,

Reconheço isso de antemão.

O que se quer existiu algum dia, foi ferido

Manchado e cuspido, fragmentos de ad corpus

Ao contrário do que me propus,

Como no sonho de um escultor,

Que é ver sua melhor entrega esculpida,

Banhando-a com o amor da vida.

Suportarei alguém que não reluz,

Sendo a própria luz?

Que não utiliza seu norte,

Fica a mercê dos ventos e talvez, da sorte.

Ou somente entenderemos essa estória

Ao beijarmo-nos, os três, eu, você e a morte?