SABOR AMARGO

Este triangular constante da minha vida.

Cruzando-se com o imprevisto da brisa

Duma manhã quente e húmida, temor

O meu, de no Mundo já não haver amor.

Com o sol do meio dia a brilhar a pino,

Meu juízo entra numa fornalha de fogo

Que arde e me queima minhas ideias,

Não quero ficar mais por mãos alheias.

Já não sei se raciocino ou se meu tino

Se perdeu no calor da noite, da vigília

Que me manteve desperto, é guerrilha

Surgida do nada, não ficarei tranquilo.

O sabor amargo guardado é o mesmo,

São disputas antigas chegadas a esmo,

Duma longa luta que não chega ao fim,

Que aumenta o meu querer, sou assim.

De dentro das minhas róseas entranhas,

Gritam figuras hediondas, com manhas,

Reclamando seus direitos sobre o corpo

Que com sacrifício eu adoptei e suporto.

Ruy Serrano - 03.04.2016

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 03/04/2016
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