Andarilho
Certa noite eu era muito feliz
Só havia luz no meu caminho.
Depois tudo ficou às escuras
E só restou a aurora imprecisa.
Abriram-se-me as asas do vento
Lamento da alma se podia ouvir
A distância transitória e ulular.
Coração de amor latente e casto
Eu olhava a Serra do Brigadeiro
Em busca dum grande amor...
Fui príncipe e no meu cavalo branco,
Nas artimanhas da vida...
Atravessei rios e fronteiras do infinito
Nada intacto aos olhos deste amor
Nem rancor ou ira, tudo se renovava
Ao inocente filho daquela Serra.
Meu canto já não é alegre nem traíste
Porém, nele persiste a ilusão do amor,
Porque a vida em si já é maravilhosa.