Vida engraçada

De tudo o que é possível

eu tive nada.

Pesquei sapatos velhos

e coisas estragadas.

Eu ando pela vida

e só encontro

o hemisfério desse nada.

Bem que tento, tento

um "ser possível"

e tenho nada.

Só tenho o sol, só tenho a lua.

Quero um sol de luz branca

e luar que inflama de calor.

Minha verdade nua e crua e desamor.

É sem destino, é marcação,

falta-me espaço nesse chão.

De tudo que tive, eu tive nada.

É minha vida, tão sem vida,

tão sem graça e engraçada.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 03/09/2016
Código do texto: T5748935
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