Olhar o Relógio
Em busca da resposta, em busca do minuto perdido
em busca do tempo passado e do medo proscrito
Em vão, com uma santa fé-cruzada
Vã filosofia após a cerveja gelada
A chuva me impede de partir
o sono me obriga a ir
Vou? Para onde? Quem quer minha presença?
Aonde estará minha frase derradeira?
E agora busco o medo transcrito, o sentimento desperdiçado
o sonho no canto com teias, coberto pelo descaso
Lua, não me deixe mais sozinho nesse bar
aonde meu silêncio não vale além do dinheiro a gastar...
Relógio anuncia meu partir
E também pronuncia meu novo porvir
O futuro desconhecido no verbo em desuso
Meu medo sereno, perene, agora recluso
E eu recuso dizer meu nome neste lugar
Minto para o futuro o que meu passado me presenteou
Na realidade, a usar ele me obrigou
Mas agora, diminuiu a chuva, porém não esparei cessar...