Morte

Deslizo meu féretro amalgamado

Pelas ruas ciprestes e soturnas

Curvando minha caveira que podre

Vil percorre pelas ruas noturnas

À esquina da meia-noite um mendigo

Me olha como quem procura atenção

E exibe suas chagas, o seu manto

Abraçando a noite num silvo vão

Perscruto meu corpo dilacerado

Pelas sinas – tortuosas lacunas

Pelo horizonte fugidio das brisas

Que se amontoam nas cinéreas dunas

Meu amor que se desfaz de tão mórbido

À descrença de palavras gentis

Tudo encerra à mentira das vaidades

Nos nossos céus coloridos e anis

jairomellis
Enviado por jairomellis em 03/08/2007
Reeditado em 10/09/2007
Código do texto: T590643
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