Morte
Deslizo meu féretro amalgamado
Pelas ruas ciprestes e soturnas
Curvando minha caveira que podre
Vil percorre pelas ruas noturnas
À esquina da meia-noite um mendigo
Me olha como quem procura atenção
E exibe suas chagas, o seu manto
Abraçando a noite num silvo vão
Perscruto meu corpo dilacerado
Pelas sinas – tortuosas lacunas
Pelo horizonte fugidio das brisas
Que se amontoam nas cinéreas dunas
Meu amor que se desfaz de tão mórbido
À descrença de palavras gentis
Tudo encerra à mentira das vaidades
Nos nossos céus coloridos e anis