Lenda

Vi o pôr-da-lua translúcida

E ao amanhecer na vila,

De pé e de olhos abertos,

Atirei minha adaga n' água

Ferindo mortalmente os rios

O luminar pairava lá

Há tempos, cheio de tristezas

Carregadas pela madrugada

Que a silenciava no frio severo

Com o brilho retirado a forceps

Tentava adentrar o breu

No seu estado crescente,

Posto que ficara febriu,

Mais clara...

Tinha em abundância seu brilho,

Olhos atentos,

Porém, cegos de amores

Por madrugadas frias

E quase todos a viam vagar

Naquelas quietas madrugadas

Junto as estrelas mudas,

Nos invernos fatais

Meu coração

Cheio de rabiscos poéticos

Preferiu o silêncio

Por tudo que víra

Pelo clarão

Que abaixo dos céus se abria,

Sob sua luminosidade triste

Eu dormiria, fria

A vila, flores e navios em mar aberto,

Lendas e mais lendas...

Sua silhueta será vista

Por meus olhos nos muros,

Nos arredores... sempre.

Sempre junto as madrugadas frias.

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 07/05/2017
Reeditado em 01/09/2020
Código do texto: T5992506
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