POEMA DO AGORA.

Há beleza no balanço

do galho.

Há galhos no balanço

do vento.

A vida aqui é oásis,

é construída de grãos e detalhes,

é a mão que sustenta a nação,

é o sertão com seus atrasos,

dos poetas é o parnaso,

das casas caiadas a barros,

dos rios sem intenções,

do pó da terra batida nas

épocas de estiagem,

dos pomares frutíferos,

dos musgos dos boqueirões,

da folha da Embaúba fazendo

a sombra no chão,

do santo riso desdentado,

dos vestido de chita ramado,

do chapéu de palha rasgado,

do gado beirando o grotão,

do galo anunciando o dia,

dos pássaros tecendo o ninho

nas bordas do capoeirão,

dos meus olhos marejados,

vendo o vento tombar afobado

os frutos de uma plantação,

é, o sertão,

a beleza do embalo do galho,

o cheiro do orvalho molhando

a fina poeira do chão,

me alimento de tanto mistérios,

neste chão de ouro e minério de ferro,

mas o ouro que aqui refiro-me,

por oras é um simples embalo,

do galho de um mangueirão.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 21/05/2017
Código do texto: T6005018
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