Férias na fazenda

Menino solto no mato

Vindo lá da cidade

Igual a bicho selvagem

Fazendo suas traquinagens

Não tinha hora marcada

Também nem um compromisso

Não precisava ir a escola

As férias eram pra isso

Aproveitava cada segundo

De toda aquela liberdade

Não queria nem dormir

Pra sonhar que não era verdade

Não tinha grades nem muros

Cercas e portão

A sensação era de paz

Livre naquele mundão

De manhã ainda bem sedo

Ia direto ao curral

Sentava na porteira

Curtindo a visão matinal

Depois do quebra jejum

Montava em meu cavalo de talo

Sai a campear

No mundo imaginário

Quando chegava do campo

Antes de ir descansar

Ia com o meu cavalo de talo

No rio, pescar e banhar.

Tirava resina de angico

Comia jatobá

Fartura tinha na mata

Sabores que não tem por cá

Quando a lua vinha surgindo

Com sua beleza desigual

Eu ficava ouvindo o barulho

Do vento no carnaubal

Se existir outra vida

Eu puder voltar outra vez

Quero ir para a fazenda

Ficar de férias outra vez

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 03/08/2017
Reeditado em 15/08/2017
Código do texto: T6072706
Classificação de conteúdo: seguro