No terreiro da fazenda

Em um terreiro bem varrido

Juntamos uns amigos

E agarramos a prosear

Relembramos de tudo

Do nosso tempo de infância

Das brincadeiras de criança

Que gostávamos de brincar

Uns fazia alçapão, arapuca e baladeira.

Para passarinhar

Outros mais prendados

Fazia cavalo de talo, carro de boi e curral.

Os bois eram de osso

Tinha vacas e os bezerros

Os cachorros campeiros

Para ajudar a vaquejar

A prosa estava animada

Trouxeram requeijão, coalhada e buchada.

E uma pinga para animar

Aí a prosa mudou de rumo

Todo mundo se soltou

Até os que já eram avô

Começaram a se revelar

Apareceu aboiador, repentista e cantador.

E eu comecei a declamar

Desembuchei tanto poema

Que fiquei até com pena

De quem estava a me escutar

Mas eles pareciam estar gostando

E a brincadeira animando

E quando a lua foi clareando

Eu peguei o violão

Cantei uns xote do sertão

Quando ouvimos

O galo cantando

O dia já vinha clareando

E marcamos para o próximo ano

Outro encontro

Dos amigos da região

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 02/10/2017
Reeditado em 22/07/2020
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