Casarão Villa São Aleixo

CASARÃO VILLA SÃO ALEIXO

A chuva cai lá fora

Em noite fria de outono

Tudo é tão triste

Ao meu redor...

A Natureza parece retrair-se

Semelhante ao ser-humano

Em estado embrionário

As gotas escorrem pelas centenárias telhas

De meu velho casarão

Que, calado, divide comigo

Esta estação que abate

E minh’alma deprime

Ácidas águas que caem

E devoram todo o meu ser

Num satânico bailado

Ao som de ventos uivantes

E medonhas gotículas que riem

De minha infinda solidão

Folhas mortas ressecadas

Esvoaçam sem rumo

O velho corre atrás de seu surrado chapéu

Raios riscam o espaço

Pássaros recolhem-se

Em seus quentes ninhos

“ Dias de preservação da espécie “

A igreja em gótico estilo

Com suas inúmeras torres pontiagudas

Parecem dedos a tocarem o céu

Implorando a Deus veemente

A presença antecipada

De moça bonita

Perfumada Primavera

Indiferente a minha dor

Os sinos badalam

E absorto permaneço

Mergulhado em meus pensamentos

De profunda melancolia

Dias tortuosos de insônia

Leituras intermináveis

Composições poéticas intermitentes

Páginas mortas com certeza

No grande livro

De minha Vida...

20h15

Pulsar

Pulsar
Enviado por Pulsar em 31/01/2018
Código do texto: T6241630
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.