Reencontro

Joguei minha canoa n´agua e desci rio abaixo,

Desci vazio, descrente, deixei pra trás minh´alma,

Alma de sonhos,

Que pouco a pouco foram se desfazendo.

Morri aos poucos, morri ao longo do tempo,

Perdi uma parte, uma linda parte que roubaram de mim,

Quero dormir na calmaria dessas águas,

Águas mornas, calmas, que acalantam com o seu borbulhar.

A suavidade com que o rio modela as escarpas,

Escarpas que o envolve num abraço,

Águas que guardam segredos,

Lamentos de almas, de corpos semimortos que navegam por aqui.

Venha,

Venha minh´alma, edifica-te aqui,

Veja que lugar lindo, ele nos convida ao reencontro,

Seja generosa, apodere-se novamente de mim.