O CHORO DA LUA
 
Chuva molhando a rua...
E eu presa à janela
De um coração-cela,
Liberto o que me cultua:
 
Corpo coberto, alma nua...
Vejo a lua e choro por ela:
Aprisionada no firmamento
Condenada ao encantamento
Num canto do infinito,
Encantando todo grito.
 
E a cada chuva que cai
Lava-se a Terra...
E pecados, redimidos...
 
Lua... Apaga teu brilho e vai...
Descerra a neblina, se esvai...
Encerra teus claros gemidos...
 
Oculta teu farto clarão
Que nessa terra, a humanidade
Entre o rumo do breu e o da claridade,
Escolhe o da escuridão.