Minha pátria, minha mãe (não)tão gentil

Plantei sonhos as margens do asfalto que caminhava.

Na minha jornada não vi brados heróicos do teu hino

Desisti de sonhar como menina e vi que a pátria não mais me amava (desatino).

Sob o seio do solo, deitada eu estava, ouvindo soar pela última vez os sinos.

Esperei a gentileza da mãe do novo mundo ao vislumbrar um filho seu.

E já no meu louco apogeu e por apenas um segundo, duvidei dos bosques, das palmeiras e de um estrelado céu.

A utópica pátria dos livros de história, das poesias e cordéis empoeirados.

Já não tinha mais voz, já não se ouvia resquícios de retumbantes brados.

Apenas adormecia em seu berço esplêndido sob o cortinado de togas.

Deitada tão eternamente já deixava de ser majestosa.

Eu, filha dessa terra, que não era muito de conversa, tirei o último sonho do " bornal" .Uma foto esmacida de criança comprida que chorava ouvindo o hino nacional.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 10/05/2018
Reeditado em 24/03/2022
Código do texto: T6333095
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