Pelo rio

Nunca me canso de olhar a cidade

Os morros, os prédios com sacadas vazias

O contorno do rio que se represa.

Toda cidade está com frio

Também há os que têm fome

E os que não têm ninguém, nem abraço.

Solitário, o catamarã procura a margem

Despeja devagar as pessoas caladas

Inconformadas ou resignadas, tementes.

Todas as ilhas são como as pessoas que são ilhas

Habitam a melancolia ...

Tento improvisar uma pequena felicidade

Mesmo diante da dor alheia

Mas ela, a felicidade, é fugaz

Logo me escapa

Então, no frio de oito graus, me recolho

Quiçá triste, mas dentro de um abraço.

Beijo a todos!

Maria letra e cor
Enviado por Maria letra e cor em 18/06/2018
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