Estandarte

E quando notei

A areia pairava com o vento

A brisa pousava sobre a maré

E as ondas sonhavam ao relento

E assim se passava o tempo

Que apagava minhas pegadas

sobre a areia

Mandando ás para os arquivos

de meu pensamento

A fumaça de meu braseiro

Se misturava ao delírio

dos grãos de areia

Que passaram de branco

a colorido

De passagem

Sobre as dunas

Me apeguei a paisagem

E ao sabor do por do sol

alaranjado

Sentei para admirar

E dialogar com a tarde

sobre a vaidade

de minhas miragens

Como o caranguejo

Que construía

seu castelo

sobre o banco

de areia,

Confinado

em um futuro

sem projeto

Como voava

de lado a gaivota

e o Guaraú

E assitia sorrindo

E vislumbrado

O tal do guaiamum

Debruçado na janela

de sua toca

Tocava arpa

O vento talentoso

Enquanto a brisa

Assobiava

Hipnotizada

Com a maré

Que vagarosamente

Trazia a noite relucente

em seu explendor

Sobre o estandarte

Que se segue

em prosissão

Calma mente

Sobre as areias brancas

Da praia mansa

Que enche me

O Côco de boas lembranças

De pôr onde passou

O estandarte

De uma bela tarde

Onde cochilei

Assistindo

o astro rei

Se despedindo

Com sua arte.