A ESTRELA E A ROSA
A estrela suspensa no infinito
de veludo azul marinho,
olhou para a rosa fixa na grama
de veludo verde-escuro
e, zombando lhe falou baixinho:
Rosa, rosa, eis-me aqui acima de ti,
Brilho, de que vale teu perfume
Se não tens claridade, pobre rosa!
Sois efêmera, pobre flor, sem luz e,
de pálida cor.
Respondeu-lhe a rosa meneando as pétalas;
Não estou no infinito e nem brilho,
Porém, sou eu quem mais alegra a mãe
Quando dada pela mão querida do filho.
Estás no firmamento somente
Eu, em todos os lugares,
Nos campos, vales e rochedos,
Nos jazigos e nos altares.
E de que adianta estrela, tua fria luz,
Se a ninguém podes aquecer,
Eu pelo menos deixo o perfume
Nas mãos que me recolher.
Estás estrela tão distante
Mesmo com tua luminosidade,
E a mim toda a mão alcança,
Sou pois próxima como a esperança.
E tu fora do alcance, como a imortalidade.