A ESTRELA E A ROSA

A estrela suspensa no infinito

de veludo azul marinho,

olhou para a rosa fixa na grama

de veludo verde-escuro

e, zombando lhe falou baixinho:

Rosa, rosa, eis-me aqui acima de ti,

Brilho, de que vale teu perfume

Se não tens claridade, pobre rosa!

Sois efêmera, pobre flor, sem luz e,

de pálida cor.

Respondeu-lhe a rosa meneando as pétalas;

Não estou no infinito e nem brilho,

Porém, sou eu quem mais alegra a mãe

Quando dada pela mão querida do filho.

Estás no firmamento somente

Eu, em todos os lugares,

Nos campos, vales e rochedos,

Nos jazigos e nos altares.

E de que adianta estrela, tua fria luz,

Se a ninguém podes aquecer,

Eu pelo menos deixo o perfume

Nas mãos que me recolher.

Estás estrela tão distante

Mesmo com tua luminosidade,

E a mim toda a mão alcança,

Sou pois próxima como a esperança.

E tu fora do alcance, como a imortalidade.

Pethrus
Enviado por Pethrus em 14/07/2018
Código do texto: T6389812
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