Dá vida!

Rói no fundo do fundo o pulsar que é da superfície do mar,

maré, maresia... que se encanta no canto da sereia do rio

e se descobre no rastro do navio nas ondas do mar...

Só navio. Mar á vista!

À noite, a lua cheia vagueia pelos carneirinhos das ondas

buscando a beleza do rio no mar... Mas o rio justo de aguas escorreitas cumpre sua sina:

sua ida sem retorno, sem guarida, saudade...feridas...

Seu pulsar é sereno...Envelheço dia- a-dia num aceno de adeus

ao que Deus me ofereceu...sem cobrar pedágio... nem fazer estágio.

Os meandros do pulsar são fecundos e ando por caminhos que encantam,

mas logo ali há os espinhos...Ou Deus me leva num desengano embelezando meu sonho...

Sou pulsar, sou mineral, da terra, sou Terra. Pulso nas estrelas

e eterno perscruto e só escuto o som das estrelas...A vida me espera, esmera e dilacera ...

Mas o amor me recupera... me leva para nao sei qual pulsar, sendo semeadura e colheita.

E o que me faz feliz está no coração da poesia

num tempo de vinho, de rio, de mar e de porto.