Um amor maduro

Não me espanta se a poesia
não é minha companhia no dia a dia,
ou se a música não cumpre seu papel não sendo,
quem sabe, até mesmo um bolero de Ravel...

A música não ignora o poema... Ela mora
nos fonemas e faz da poesia especial alegria...
Nesse poema a poesia não chega a qualquer hora,
mas dói o seu parto quando se aparta de mim.

Com as mãos em prece o fonema se embriaga,
no flagra da criação, e adoça o verso no agrado da musa...
É tempo de espera que reverbera qual violino...

O ritmo acelera, afino o poema que se contorce
mas não quebra... Por fim, se queda à beleza
do verso puro fazendo-se na poesia um amor maduro...