COMO SOMOS TODOS NÓS
Já pensei poeta
Eu já fui vaqueiro
Frade e capitão
Na força do grito
Tentei ser político
Defender meu chão
Voei pelos ares
Singrei verdes mares
Viajei pra Vênus com meu violão.
De lá é que se pode ver
Da terra a devastação
Satanás pregar quaresma, moral,
Persignação
E a serra que derruba a mata
Mercúrio que envenena o rio
Tanta mentira tanto desafio
E quanta cabeça “Orgulho do Brasil”
Falta abelha, falta mel,
Falta a flor, o colibri
Faltam estrelas lá no céu,
O voo da juriti
Morre a fé, a esperança,
Pele de onça é capacho
E assim somos todos nós
Em terra de tantos sóis.
Justino Francisco dos Santos
Meus versos. Agosto de 1989.