COMO SOMOS TODOS NÓS

Já pensei poeta

Eu já fui vaqueiro

Frade e capitão

Na força do grito

Tentei ser político

Defender meu chão

Voei pelos ares

Singrei verdes mares

Viajei pra Vênus com meu violão.

De lá é que se pode ver

Da terra a devastação

Satanás pregar quaresma, moral,

Persignação

E a serra que derruba a mata

Mercúrio que envenena o rio

Tanta mentira tanto desafio

E quanta cabeça “Orgulho do Brasil”

Falta abelha, falta mel,

Falta a flor, o colibri

Faltam estrelas lá no céu,

O voo da juriti

Morre a fé, a esperança,

Pele de onça é capacho

E assim somos todos nós

Em terra de tantos sóis.

Justino Francisco dos Santos

Meus versos. Agosto de 1989.

Justino Francisco
Enviado por Justino Francisco em 20/10/2018
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