O meu primeiro Alberto Caeiro
Penso
E o melhor é não pensar
Mas, os sentidos enganam-me
E cada momento sentido
Transformam-se em pensamentos
Cheiro a minha pele
Lembro-me dele
Vejo as formas dos prédios
Lembro-me dele
Até mesmo o pôr-do-sol em São Paulo
Me faz lembrar dele
Por que penso tanto
senão o quero?
Por que sinto tanto
senão o sinto mais?
Como sinto se logo penso?
Na cidade
(estou doente da cidade)
meus sentidos se confundem
Entre flores
e meu girassol
E seu nome é Caeiro
não penso em nada
E amo
Simplesmente amo
Pois amar é a eterna inocência
E a eterna inocência
é não pensar.