De que Vale Essa "Vale"
De que vale a imensidão da noite se não vejo o alvorecer?
Me encontro perdida no mundo sem saber para onde correr.
De que vale o perfume das flores se não sinto o aroma?
Se permaneço em coma...como se nada sentisse ou fizesse.
De que vale o soprar da brisa a tocar o meu rosto senil?
Se desperdicei o meu tempo a procura do infinito que um dia partiu.
De que vale ouvir estas vozes que me fazem digitar sem ter fim?
Se observo a tudo sem poder mudar nada.
De que vale tantas promessas, orações e sonetos de amor?
Se de dores é que o mundo agoniza no total desrespeito sem fim
Quantas vidas se vale essa "Vale" que de muitos já fez derramar
tantas lágrimas de desespero tantas vidas que teima em ceifar...
De que vale profundo desperta a ganancia que eu vejo aflorar
destes vales que já são destruídos por vida a se explorar?
De que vale o meu pranto retido, da natureza a se desmanchar, por dejetos, por lama, pela morte assim nos levar...
Os meus olhos assistem marejados e o gosto amargo vem me visitar pelos sonhos de tantas famílias a lama assim soterrar.