Ela é assim... 
Não se sabe ao certo se obscura
Nostálgica...
Melancólica,
talvez.
Mas...
Há nela um ar de mistério
Um " Quê" também de ternura
Um desespero qualquer.

Sobre ela uma luz tênue incide 
Bucólica...
Doce e misteriosa.
Para enxerga-la, há primeiro
de conhece-la em cada viela,
em cada esquina... 
Sem ( pré ) conceitos
ou olhares cheios de si
... Há nela muita alma
Muita dor
Alegria
Insanidade
Muita coisa há ali...

Toda uma beleza singular
Por vezes
ainda, que vulgar!
Um brilho sem querer luzir...
Uma felicidade vagabunda
Poesia que embala sons de violão
pela madrugada vazia
de solidão.

Sim,
Assim é a ruazinha por onde me perdi
Um santuário boêmio e fugaz
Desejos efêmeros
Odor de bebida barata
e gosto de cigarro em qualquer boca
Toda loucura
ali
é pouca.

... E antes que eu fique mais coesa.
Mais lúcida, mais sóbria;
que me venham culpas, ou pudores
descarados
vou subir as escadas
e sorver uma dose à mais.
Nessa minha ruazinha,
tão minha
de tantos amores
e tantos ais.


Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 13/02/2019
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