Folhas da Primavera

Um dia que há de florescer as flores e florestas,

Em que as árvores as comemoraram plantadas,

Madeiras poéticas, diz raízes da alma em serestas,

Tempo puro, folhas secas de caules desgastadas.

Quando meu eu se senta, vê-se no mundo bom,

Desdenhado em papéis, extrai palavras no fundo,

Mesmo sozinho, ouço cor da chuva, é sem som,

Perto delas, as falam comigo, de outro mundo.

Eis tempo puro, de agradecimento aos céus,

Meu coração se enche, maravilhado de ode,

Vindos do ar e das gramas, e árvores de véus,

Dos seus sons, e dons, que deitadas não pôde.

Eis de pensar, saída da lama de tempo sujo,

Corpo leve e alma limpa, curada por amor,

Mor tempo, mor dor, tens agora o bom e puro,

Pura e real, bem eu agora existo com ardor.

Samuel Oliveira da Costa
Enviado por Samuel Oliveira da Costa em 03/05/2019
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