Seu Quinzinho e o Seu Cãozinho

Era nas manhãs do todo o dia

Que naquela ruazinha tranquila

Quando nem bem o sol nascia

Que uma bucólica cena

Sempre se repetia

Era todo o dia mesma coisa

A mesma coisa todo dia

Era só chegar o sol

Que lá na esquina surgia

Seu Quinzinho e o seu cãozinho

Enquanto que do velho alpendre

De um antigo casarão

Em uma surrada cadeira de balanço

Sempre estava o Seu Moisés

Um amável oitentão

Que para aquela 'dupla de um'

Como gostava de chamar

Com sorrisos e acenos

Dava toda a atenção

Até que num belo dia

Se assim se pode chamar

Seu Moisés já não mais via

Aquela dupla passar

O que teria acontecido

Para aquela doce rotina quebrar?

Seu Quinzinho e o Seu cãozinho

Aquela 'dupla de um'

Já não faziam mais parte

Da vida do seu Moisés

Que daquele velho alpendre

Em sua cadeira de balanço

Gostava de os ver passar

E aquela doce e bucólica cena

Do Seu Quinzinho e o seu cãozinho

Aos olhos do seu Moisés

Nunca mais se repetiu

E isso apenas por um detalhe

É que o velhinho amável e simpático

Ali já não estava mais

Porque um dia, sem avisar

Partiu para os braços do Pai...