LEMBRANÇA CRISTALINA
 
Tenho saudade do campo
Meu paraíso onde fui feliz 
Nosso amor ali germinou
Ganhou corpo e se fortaleceu
 
Trago a lembrança do regato
Límpido como o verdor dos olhos
Quando você mirava meus lábios
E os atacava com teus beijos
 
Tenho saudade da brisa mansa
Fazendo a relva bailar ao som
Da tarde que sempre se escondia
Por detrás da colina florida
 
Trago a lembrança do luar moreno
E dos nossos encontros na penumbra
Eu me perdia no teu corpo sereno
Enquanto você me inebriava de amor
 
 
O tempo de partir chegou e você se foi
Eu, solitário, fui perdendo a razão
A lua já não era mais nada e a brisa
Açoitava forte o meu frágil coração
 
Prisioneiro na brancura das paredes
Já não gozo de qualquer sanidade
A saudade que tenho sob a sedação
Nutre-se da lembrança tão cristalina
Na minh’alma escura nesse sanatório

 
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 07/06/2019
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