DOR DE DOER

Procuras milagre que te dê de comer?

Por magia brotaria farto alimento?

Persiste seca boca, carcaça a bradar

Fraqueza, desgosto, carência do alento.

Tens qualquer coisa no bojo além de vento?

Sei que sonhas ruminar parca comida

Quem sabe o oco te dê sustento,

Provimento que reanime a tua lida.

Quem tolera isso na vida?

A figura e o pranto de teu rebento!

Apatia, desesperança não digerida.

Há o que dilacere mais por dentro?

Pior temor a fome já não é mais!

Essa, a passo, tem-se o agüento.

Medra enormemente é a falta

Dos que valham os nossos a tempo!

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