SERTÃO WILD
Via galhos, galhos e mais galhos secos passando por mim na estrada
Na janela, poeira a trinta por hora
Caminho coberto por turvo tom de sépia da poeira desse meu sertão
Léguas e mais léguas de um mundo que parece até então não ter visto
Uma venda, uns caboclos bebendo pinga
O brilho reluzente de um “pica-fumo”e a luz turva de um lampião
Sertão selvagem ou wild sertão?
Não importa
Os galhos enfeitavam o caminho e permeava a loucura em minha cabeça
Pensava o tempo todo no diabo na rua e deus com o berro na cintura
Sertão brabo da porra hein?
Cada vinda por mais que te conheça sertão, muda tudo o que sinto e que penso
A poeira na botina é a mesma e as lembranças também
Mas o que me espera dessa vez pode ser pior
Pois travessia igual a essa, Riobaldo quem dizia, “A gente principia as coisa no não saber por que e desde aí perde o poder da continuação”
Acho que a maior busca desse caminho é a interior, do que está aqui dentro
A batalha cega de não saber onde nem por que, mas saber que vai chegar
Santiago de Compostela ou sertão de Guimarães
O que vale é o caminho e a saída é a nossa busca
A chegada não importa muito, como disse Riobaldo, o que importa é a travessia.