Sertão de Deus
E de longe a vaca berra
e o peão ouve mas não
sabe o porquê,
mas ela já se prepara,
para o seu filhinho receber.
Então o tempo corre
o capim verde cresce,
o gado continua aumentando.
É o sal que os abastece.
No sertão de Deus
vive -se bem quem chora,
padece e se esforça
pois o sustento agora
vem sempre na hora.
Neste cerradão comprido
a porteira, o arame farpado
serve de porta fechada para
quem não foi convidado.
Lá os pássaros cantam
mais alegres e com mais vida,
porque a viola chora, no coração
da moça comovida.
E lá no sertão tudo parece
renovar. Num estalo para a
vida, o vaqueiro acorda bem
cedo e contido se põe a
sonhar.
Com esperança na chuva, no sol,
na noite e no dia, porém o seu
trabalho e sua luta, o humilde
homem não adia!