Sempre assim

Mar, imensidão, onde vais viver, ou morrer.

Como a vida, imensa e repleta de ensinamentos doloridos.

Me faço menor e servil, diante dos desafios, para sobreviver,

Nas periferias do dia, a busca constante da afirmação e desejo,

Mas a cada desejo, um novo problema,

Todo os dias navego minha nau do casco furado,

Os braços já cansados de tirar tanta água, com uma colher.

Sinto que a terra firme apontará no horizonte, ou desejo?

Ao chegar, trocarei o medo de morrer afogado, pelo de ser assaltado.

Medo, este ser sorrateiro, escondido nas entranhas, pronto para ferroar.

Mas, já me tirou de muitas ciladas.

No fundo ele é um amigo, que funciona como uma cerca,

para que o cavalo selvagem não dispare rumo ao caos.

As palavras proferidas em minha direção, por pessoas desinformadas,

São como abelhas a me ferroarem a face,

Deformando meu rosto bonito, que penso que tenho,

Deformando o que penso que sou.

Distante da praia, as vezes me dá um alívio, não ter nada no horizonte.

Assim, as ilusões se acalmam,

E volto a ver o mar, e sua imensidão,

Aceito que tudo sempre é,

Mais do mesmo.

RRSabioni
Enviado por RRSabioni em 25/01/2021
Reeditado em 26/01/2021
Código do texto: T7168489
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