ALÉM DAS MARGENS...
Como regar as palavras
De forma que elas se transformem...
Em frases e versos?
Como manter os contornos
Dos avessos sem que eles deformem...
A visão do verbo?
Como esquecer o silêncio
Quando ele converte o enorme vazio...
Num oceano de imagens?
Como negar a razão
Que conduz as emoções no rio...
Onde margem é lágrima?
Regadas as palavras,
Transformam-se as formas...
E nas frases nasçam os versos.
Mantidos os contornos,
Deformem-se os avessos...
E o verbo vislumbre a visão.
Esquecido o silêncio,
Converta-se o vazio...
Em imagem de vozes abrindo oceanos.
Negada a razão,
Conduzam-se as emoções...
Em rios de lágrimas contidas de alegria.