O Avião da Agonia

Primeiro pegamos um carro,

Estrada sinuosa escorregadia,

Corria outras vezes voava,

De quando em vez parava,

Depois o saltitante avião.

Ao fechar os olhos a magia,

Ao redor nuvens mais nada,

Mormente contemplava o vazio,

Parecia ausente no universo.

Mas obviamente tudo ouvia.

A multidão chegava e dizia

Tragédia maior não existia.

Apagou no sono profundo.

Quanto tempo assim passou.

Distante sem o olhar fixar.

Descuidadamente tropeçou

Cambaleou caiu no abismo.

Lá no fundo pensou,

Assim seria mais feliz

Tanto esforço e desgosto.

Papagaiada para nada.

A vela no escuro reluzia,

Raízes por compulsão comia,

Sentia frio, mas não tremia.

Nem lacrimejar conseguia.

Com a boca seca dizia.

Alguém ajudar poderia.

Porém ninguém respondia.

Tentou gritar não conseguia.

Por dentro ainda gemia.

Soluçando o interior desfalecia.

Seres suscetíveis ao engano.

Por fora extrema realeza,

Por dentro nenhuma beleza.

Amor, compaixão, misericórdia.

Palavras desconexas da realidade.

O coração parava, a vida jazia.

Naquele instante o celular vibrou.

Despertei ofegante em calafrio.

Marly Ferreira
Enviado por Marly Ferreira em 08/11/2021
Código do texto: T7381286
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