Ah! Que imensa alegria...!
Eu lhe peço Virgem Maria
Pela minha vida e minha fé,
Venha sempre em meu socorro
Se um dia não puder ver os morros
E o mar do Embaré.

Não importa a barreira da idade,
Quero deambular por esta cidade,
Aplaudir a santista zaga,
E mesmo que o mar fique grosso
Quero unir-me às aves em alvoroço
No belo mar do Gonzaga.

Quero ser como um albatroz
Voando alto, veloz,
Deixando na areia o meu coração,
E nos olhos a estupenda pintura,
Na verdade uma pirogravura,
Do mar do Boqueirão.

Lá, ao longe, uma tosca canoa,
Sob a fina chuva navega à toa,
Genuflexa, ó mãe querida,
Agradeço a sorte que tenho
De deixar dos meus pés o desenho
Na praia de Aparecida.


Vem a noite com seu sobretudo
De seda negra e negro veludo,
Salpicado de astros pequeninos.
A lua, tal como a fada Hie,
Cobre de ouro a obra de Tomie
No mar do José Menino.

 

E vem a bela aurora dourada

Nascendo da morna madrugada

Enfeitando a linha do horizonte

Com o brilho de sua divina fronte

Na majestosa Ponta da Praia

Onde o garboso Sol se espraia.

 

(Maria Hilda de J. Alão)