Os sonhos de criança

São momentos distantes, mas sempre vem à mente

Mesmo de pés descalços, levava a vida contente

Pisando em espinhos, a terra quente levantando poeira

O sol escaldante, o leito seco do rio eram palco das brincadeiras

À noite, as árvores sem roupas pareciam dançar

Como estátuas de prata sob a luz do luar

Um espetáculo sem cores, o vento a soprar

O sereno da madrugada em orvalho transformar

Tentei conservar as flores do meu jardim

Tragar os aromas exalados só para mim

Chorei quando o vento soprou levando as flores caídas

No outono quente, quando tudo parecia sem vida

O beija-flor que voou pairando no ar

A procurar o jardim para as flores beijar

Sem saber que o vento as tinha levado

Também chorou de saudades e partiu desolado

Dancei com as borboletas suas danças

Ao se libertar do casulo e vê suas mudanças

Esperei a chuva cair para abraçar a esperança

Com o meu corpo molhado, sonhando acordado, os sonhos de criança

Dina Paraguassú
Enviado por Dina Paraguassú em 16/10/2022
Reeditado em 03/09/2023
Código do texto: T7629164
Classificação de conteúdo: seguro