Dor sem rosto

Sou na vida um filho triste

sou um pobre solitário

sem presente nem passado

a viver neste Calvário.

No silêncio dos meus olhos

inclinados para o chão

trago medos, deixo culpas

nos caminhos da paixão.

Desde a hora em que nasci

que a minh'Alma ferida canta

que o destino me enrolou

uma corda na garganta.

Na fraqueza dos meus braços

sobre o peso desta cruz

já não rezo, só já canto,

porque eu ó Bom Jesus?!

Pela Rua da Amargura

vou sofrendo sem falar

tantas vezes minha mãe

tu me vens aconchegar!