Do profundo abismo

Do profundo abismo destes versos

ergue-se a mortalha de silêncio

que me veste o corpo desde o

berço ...

Há faces (tantas) por saber em minha face,

ventos, labaredas, agonias e cansaços.

Puras são as pedras! Que francamente

sendo pedras não desejam ser mais nada!

São elas! Assim! Inteiras! ...

Outros barcos virão que a morte não dá,

outro cais, outro mar ...

A vida está presa aos nossos dedos sem

estar em nossas mãos ... tudo é efémero!

Não tenham pena dos meus poemas

castigados!