Ode ao bicho
A paz, solene
vive nos olhos de um animal selvagem
que dorme... até no ciclone da noite.
calmo, sem saber ou querer
Saber
do amanhã
dorme, dorme sereno...
e a única coisa que tem
é pêlo. e paz solene nos olhos
engraçado ele nunca ensinou
paz pros seus filhotes
( só caçar e não
ser caçado )
não ensinou os pêlos, mas eles
têm paz e pêlos sem apelos.
pro bicho só existe hoje.
e a noite é o bicho dos pêlos da paz...
pêlo e pele que jamais outro bicho
vai tocar...
Animal selvagem, selvagem
se mistura, o pêlo na terra
vira pó de estrela poente.
( e seus focinhos poeirentos, como
brilham mais que o ouro! )
costelas e tendões
corações que batem e só batem
velocidade do vento
rolando eterno no pó-de-céu
pois o bicho não é bicho
é bichos vários.
é também pêlos solenes
e a paz dos mantos lunares...