Embarcações

O cais que me habita

é raso e profundo

esgrime meus versos

dilacera minha poesia.

Meus passos seguem um rumo só

caminham na direção do vento

marés me atravessam

por dentro.

Tua presença dilacera,

rasga as sombras escondidas

entre o pôr-do-sol

atrás das cortinas do horizonte

e o brilho fugaz das estrelas.

O cais que me habita

traz as embarcações

dos meus sonhos naufragados

e o coração de um marinheiro só

que me habita a alma

e acalma

a noite despedaçada

de luas vazias.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 22/01/2008
Código do texto: T827670
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