Madrigal

Paisagem de sonhos, visão que arrebata,

Espaço infinito aos meus madrigais.

Ao doce aroma de nativa mata,

Meu coração pulsa em ritmo dos ais.

No sopé da colina um riacho,

Desliza sereno num leito de paz.

Ágil cardume, em movimento água abaixo,

Busca alimentos numa procura voraz.

Quando a mata se resplandece de luz

E nela os pássaros despertam ao dia

A natureza, que a nós todos conduz,

Parece iniciar uma nova sinfonia.

A sinfonia que saúda o sol,

Generoso ao alumiar novo dia,

Que se aquece em mais um arrebol,

Resplandecendo de esfuziante alegria.

Quando o balouço das flores na mata

Da brisa suave a chegada anuncia,

A flora, encantada, adentra na dança

E desenha em seu topo singular coreografia.

Minha visão deleitada se assanha,

Ao contemplar a paisagem multicores,

Enquanto minh’alma, extasiada, se banha

No cálido e inebriante perfume das flores.

José Antonio Siqueira
Enviado por José Antonio Siqueira em 12/12/2005
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