O CONTRA-ATAQUE

Hoje é o dia "d". Vou apertar o botão vermelho.

Chegou a hora de responder aos ataques terroristas de minha vida.

Chega de contabilizar mortos e feridos nessa montanha de escombros, a soterrar meus sonhos mais sinceros.

Nem sei ao certo por que finalmente decidi atacar.

Talvez seja pelo fato de logo cedo, ao me contemplar diante do espelho, eu tenha percebido o quanto sou ínfimo, o quanto a vida me desproveu de motivações e artifícios, que me possibilitássem desenvolver alguma vaidade.

Mas, quem liga pra isso, não é mesmo? Não é o conteúdo, o recheio mais significativo? Não é assim que diz o discurso politicamente correto?

Talvez então isso explique o sol forte que espera eu colocar as roupas no varal, para repentinamente dar lugar a uma impetuosa e desavisada chuva.

Talvez isso explique a condução que sempre passa pouco antes de minha chegada ao ponto.

Talvez isso explique todos os rótulos que me deram e que nada têm a ver com minhas ações e personalidade.

Talvez isso explique o fato de não me sentir amado pela mulher que amo.

Talvez isso explique por que minhas palavras valem menos que meus defeitos.

Talvez isso explique o pouco caso que a felicidade vive a fazer de mim.

É...eu diria que de fato devo ser mesmo muito insignificante!

Mas agora eu te ataco, ó ditadura dos padrões, ó modismo da moda!

Ainda bem que nem tudo está perdido. Ainda guardo uma carta na manga...

Eu peço um brinde aos meus neurônios!!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 31/03/2008
Código do texto: T924947
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