Ode ao Velho

Ó velho que se espelha em pensamentos,

Perdido no correr de más lembranças.

Velho que vaga em luto e moribundo,

Sem levantar sequer de suas mágoas.

Velho de vigor inesperado,

Expulsa a firmes varetadas,

Quem ousa explorar os cantos podres,

Da vastidão solitária de tua fadiga.

Pigarreia conjuras virulentas,

Em teu delírio doce, confortável.

Te entrega à morte, ó velho!

Posto que sabes o porquê da vida,

E mais ninguém conhece tua alma.

És doce ao ser amargo,

És vivo e moribundo,

Tão sábio quanto senil,

Te ofuscas porque brilhas.

Rodrigo Urquiza
Enviado por Rodrigo Urquiza em 01/01/2006
Reeditado em 01/01/2006
Código do texto: T93128