DE SENTINELA À JANELA DE MEU QUARTO

Numa noite com esta todos os gatos são pardos,

e à luz ténue de um candeeiro de rua pode-se

observar como eles correm atrás das lagartixas

que percorrem o muro, de uma a outra ponta da

divisória.

Os muros são todos caiados de branco, daí a

visibilidade se tornar maior a quem perscruta.

Junto da luz intensa que emana dos candeeiros

insectos voltejam como loucos e os morcegos

mergulham com seu radar em direcção ao

alimento.

Um louva-a-deus metamorfoseia-se de rosa,

no jardim logo abaixo de minha janela e em

reza espera imóvel a sua próxima vítima. Logo

que a alcança, num golpe de milésimos de

segundos, dirige-se à cabeça do oponente, para

travar logo aí a luta sem prejuízos para a sua

integridade.

Leves breves chilreadas de pássaros abundam

a espaços na noite, pousando de árvore em

árvore. Enquanto humanos se passeiam com

seus cães de estimação, tratando-os bem e

deixando-os correr em perfeita galhofa canina.

E nesta miríade de sons e de observações, dou por

mim a escrever este poema, em prol da natureza,

que tanto me embriaga e traz-me a paz tão

requisitada, em noites de lua minguante,

que mal brilha no rio lá mais abaixo salpicado

de estrelas e das poucas ondas que a brisa ergue

solenemente.

Jorge Humberto

19/11/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 20/11/2009
Código do texto: T1934542
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