A PRAÇA DOS LIVROS
A PRAÇA DOS LIVROS
FLAVIO MPINTO
A praça se agita
e cada pedra portuguesa
grita
e se desespera ao pressentir
a chegada dos cravos e marretas.
Outubro quente e seco
a espera de uma boa chuva
mas quem chega antes
são os trabalhadores braçais com suas ferramentas
mãos e braços a firmar a estrutura protetora
As gurias passeiam
Os pássaros gorjeiam
E o Marquês só olha
Pensativo
Na ânsia esperançosa
De que sua frase
Vingue e não sangre.
As árvores se agitam
E gritam
Não de aflição
Mas de alegria
Dando sombra
A quem busca cultura na velha praça da Alfândega.
Está chegando o dia
A Feira do Livro está de volta.