Carta ao meu amor I - Quatorze de Fevereiro

Como posso servir-me de testemunha

e abraçar, tão piamente, o condenado eu?

Enteias teu peito que ainda queima e sonha

e ardas como um desejo que é só meu.

Retorna a casa este centeio definhado

esmurraçado pelas longas noites aqui delidas.

E da parte que restou daquele vosso amado

guardei nas pausas das linhas vividas.

E como o pranto tornou-me este silêncio

de incabível delito que não morreu?

Certamente caber-me-á tão honroso suplício

que não saberei mais onde se perdeu.

Luan Santana
Enviado por Luan Santana em 14/02/2011
Código do texto: T2791021
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