Meu Portugal

Meu Portugal

Mercêdes Pordeus

Chamar-te meu Portugal, seria ousadia?

Acho que não seria, pois sou brasileira.

Se brasileira sou...tenho muito de ti.

Brasileira , ascendentes portugueses.

Se considerar então nossa colonização!

Lisboa...fados carregados de tristezas.

São tantos os sentimentos e as proezas.

Que deixam transbordar através do canto.

Canto que invade nossa alma como encanto.

Lisboa Antiga, recebe-nos com bela guarida.

Talvez muito não saiba sobre o 25 de Abril.

Sei, contudo que te trouxe brilho, Portugal .

Terras lusíadas,onde pisam povos e nações.

Acolhem um a um com um grande coração.

Fizeste-nos povo irmão com linda união.

Expedições exploradoras, colonizadoras.

Sistemas de Capitanias Hereditárias.

Implantação do sistema de governo geral.

Brasil Império, sonhos de Independência.

Escravidão do negro e lutas por libertação.

História do Brasil, ligada intrinsecamente

Ao português, a Portugal que de lutas a fez.

Imperadores, imperatrizes,incansavelmente.

A miscigenação do português com índios.

E com o negro se misturou, as raças gerou.

Isso é Brasil colonizado por Portugal.

E se tivéssemos sido pelos holandeses?

De certeza, uma diferença teríamos...

Não falaríamos a língua portuguesa.

E talvez não fôssemos tão receptivos.

Nossa arquitetura e arte...diferentes

O povo...talvez um ar mais previdente

Culturas...certamente, bem diferentes.

Enfim, suas contribuições com muita luta

Nos deram holandeses, franceses, espanhóis.

Porém, mais uma vez digo:

Brasileira sou, mas trago no sangue

Herança de um bravio povo português

Desbravador com força de colonizador.

Descobridor, sem temor nem torpor

Em comum, somos também Pátrias abençoadas

Que nas suas histórias salvaguardam a esperança.

Pátrias de heróis?Também, pelo sonho de liberdade.

Embalado no berço da austeridade.

Também vivendo a realidade, ainda que sonhadores.

Assim fomos, assim somos, nações abençoadas.

Povo luso-brasileiro, povos irmãos, vidas entrelaçadas.

Junho/2005

Mercedes Pordeus
Enviado por Mercedes Pordeus em 12/07/2005
Código do texto: T33397