Mulher

“Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.” ( Adélia Prado)



Os enganos e desenganos fazem parte
Os amores vêm e vão
As lágrimas descem pela face copiosas
Mas não decretam o fim do sorriso
pois ele surgirá a cada novo dia
a cada verso de um poema de amor
a cada carícia recebida
seja lá de quem for

Mulher tem sete vidas
E adorna com ternura
Cada uma delas
E ainda recria a cada gestação
Uma intrincada rede de afeto
Porque a mulher percorre labirintos
Se perde na complexidade dos caminhos
e encontra a saída
depois de muita lida
Respira
Ergue a cabeça
E segue em frente


No sol poente
Contempla o horizonte
Tece sonhos num tear invisível
Vislumbra possibilidades
Acalenta desejos secretos
Que viverá com um novo amor
Ah, o coração segue intacto
Quem disse que as desilusões
Destroem um coração de mulher?



Como disse Adélia ( a Prado, claro!)
Mulher é desdobrável
Se encasula nos momentos de dor
E ressurge inteira
Acenando pra vida:
Espere por mim, pois aqui estou!