O SACRIFICIO DE UMA MÃE POR AMOR AO FILHO”
                                     
A pobre velhinha trôpega caminhava pelas ruas da cidade
Esmolando de porta em porta um pedaço de pão,
para saciar a sua necessidade.
Quantas e quantas vezes insultos recebia.
Por incomodar o senhor da casa, que orgulhosamente a porta lhe batia!
Amargurada na sua solidão, carregava o peso do remorso.
De um gesto impensado no mais intimo do coração,
Pois na pureza do seu amor e da sua inocência por
Um vil sedutor, fora assim enganada.
E este ao tomar conhecimento desta triste realidade,
A beira da estrada da vida a deixara abandonada.
                                    
Envergonhada e sem condições morais para enfrentar
Os seus rudes pais, resolve fugir de casa,
Mas conseguir fugir da própria sorte, Jamais!
Tempos depois nascia um lindo menino que ela não
tinha condições para criar.
Ou cuidava da criança, ou trabalhava para o sustentar.
Em vão tentou obter um emprego que a recebesse
Com o filho, não era possível foi a resposta
Que de muitas mães sempre obtia.
Mas com quem poderia deixar aquela pobre criança?
                                    
Ela não podia entender por que
uma mãe não tinha a sutileza de compreender,
Que ela também era mãe por quê!
E depois de porta em porta muito peregrinar
Encontrou uma bondosa senhora que muito interessada!
Prontificou-se ao seu filhinho cuidar.
Até mesmo se propôs fazer sem nenhuma remuneração,
Entregou o filho, alguns pertences, inclusive um retrato.
Que com ela tirara em certa ocasião.
                                      
Partiu prometendo em breve retornar.
Mas o tempo passou e as circunstancias não lhe,
Permitiam a ideia concretizar.
Voltar aquela casa que tão carinhosamente a seu filho viera acatar.
Estava feliz com o seu emprego embora com muita dificuldade,
mas como o seu patrão era militar,
Transferiu se com aquela família para outra localidade,
Tornando se assim mais difícil assumir a sua maternidade.
Cartas e mais cartas foram escritas sem uma resposta Obter,
finalmente depois de muitos anos
retorna a sua cidade para o seu filho rever!
 
                                      
Quão grande foi a sua surpresa ao tomar conhecimento,
De que aquela bondosa senhora havia dali se mudado!
Em vão procurou saber em toda vizinhança
mas ninguém foi capaz de fornecer-lhe uma pista.
E o seu filho...  Como seria o seu estado?
Desesperada perambulou pela cidade tentando encontrar,
Em cada senhora que avistava aquela que tanto procurava.
Finalmente alguém informa que aquela família,
Naquela cidade não mais se encontrava.
                                      
A mãe desesperada vai em busca do filho, mas tudo em vão.
Com os recursos pecuniários esgotados  passa a dormir ao relento.
Era triste a sua situação.
Mãos caridosas a encaminham a um hospital,
Ela portadora de uma anemia profunda
é tomada por uma amnésia, o seu estado era fatal!
Esquece o seu nome, o seu passado já não existe,
Restava apenas no seu coração uma mágoa imensa sem par.
Isolava-se de todos horas e horas, tentando do pretérito se lembrar!
                                    
E por ser portadora de uma doença incurável
É compelida ao hospital abandonar!
Recebe de alguém uma noticia muito desagradável:
A outro doente mais necessitado cederia o seu lugar,
E novamente pelas ruas passou a esmolar migalho,
Curtindo fome e frio, pois ninguém lhe oferecia um agasalho.
Porém uma força superior ás suas próprias forças
A Impelia na caminhada em busca do filho.
E assim a pobre velhinha trôpega caminhava,
Pelas curvas do seu trilho.
Inesperadamente ela se vê diante de um portão de
uma majestosa mansão.
Onde se ouvia músicas suaves que alegravam o ambiente,
Focaram-lhe profundamente ao coração.
                              
Era o dia das mães que estavam a comemorar,
Luzes e muitos presentes... e para mais perto daquele,
Jardim começou a se aproximar.
Crianças pulavam, coriam, cantavam alegres e felizes,
Nem chegavam a perceber que tão perto dali,
Uma pobre mãe se sucumbia em suas crises.
Sua memória anestesiada tem vislumbres do passado
e como por uma magia,
lembra-se do filho pequeno,
que entregara a uma senhora de rara simpatia!
                                      
Lágrimas vertem-se- lhe dos olhos,
Ela chora copiosamente e ora
Ora a Deus e roga pelo filho querido que nunca mais vira,
 e agarrada ás grades do portão desesperadamente ajoelhada caíra.
Porque Jesus, porque não encontro meu filho, porquê?
De repente uma criança ouve os seus gritos e soluços e  dirigindo-se a ela fala
Porém ela fica sem responder.
                              
E aquela insistente  criança convida a entrar,
Mas mediante o seu estado ela se nega até de o olhar.
Momentos depois veio ao seu encontro a dona daquela mansão
e acolhendo-a com amor lhe aconchega ao coração
ela num gesto de amedrontada recusa-se mas a senhora insiste,
E agora cercada por todos ela toma um alimento quente.
Novamente começou a refletir que Jesus não havia lhe esquecido,
Pois alguém com bondosas mãos lhe houvera acolhido.
                                     
Na luxuosa sala daquela mansão onde todos se reuniam,
ali ela se encontrava.
e cantavam felizes uma canção das mães
quando de repente algo lhe despertava,
e levantando os olhos para o alto vê sobre o aparador
o retrato de uma jovem mãe com o seu filho ao colo.
Lembra-se do seu filho e aproxima-se do retrato sentindo-se fugir do solo.
Agarra-o diante de todos estupefatos e beija-o sofregamente dizendo:
Meu filho! E cai em pranto confuso.
O senhor da mansão aproxima-se dela, levanta-a
E a faz sentar-se e pede esclarecimentos - a razão daquilo tudo!
                                      
Enquanto ela relata os fatos,
outras indagações o senhor foi lhe fazendo.
Mas antes que ela termine ele atira-se nos seus braços
e carinhosamente a beija dizendo:
Mamãe, mamãe, a senhora é minha mãe que procuro há tantos anos!
E de repente naquela casa foi mudando todos os planos,
o clima era de amor, esperança e alegria.
Todos se abraçam mãe e filhos... Era um quadro em harmonia
Nada podia se comparar àquele momento de tantas emoções
O encontro da mãe com o filho...
O sacrifício pelo amor que impulsionava os corações!
                                        
Reúnem-se todos novamente...
 E o senhor da mansão agradece  a Jesus que também ali estava presente.
Oh! Senhor, deste-me uma dócil mãe afetiva,
uma meiga companheira e meus filhos para minha alegria,
permitindo também eu reencontrar a minha verdadeira mãe
exatamente neste dia!
Oh quanto vale o sacrifício pelo amor!
O amor supera, tudo espera é benigno e sofredor,
amor de mãe... Amor sólido como a rocha
o único que merece troféus.
Amor insuperável, nada lhe é comparável,
Prolongamento do amor de Deus!
 

                  
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Martha Feitosa
Enviado por Martha Feitosa em 09/05/2012
Reeditado em 24/10/2021
Código do texto: T3659311
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