São Valentim
São Valentim
Sou um poço de solidão
E isso é dor egoísta.
Alma que floriste entre alcachofras e cardos
Nesse tempo que se vê para trás
O lilás foi a tua companhia.
Gotejam suspirantes lágrimas
Numa fonte de amantes.
Nas curvas do horizonte
Exasperadas ondulam
As linhas de um corpo rubro.
Fruto lascivo de Maio fugidio
Quem te fadou breve e arredio?
A data ciclicamente regressa linda
O amor, esse, perdeu-se na multidão.
Moisés Salgado