Cronologia do poeta

Dia trinta e um de março de Um Mil, Novecentos e Cinqüenta

Um poeta nascera, levantou as sobrancelhas e vira um raio de luz,

Que até hoje o conduz, ilumina sua vida de esperança e amor.

E mostram-lhe caminhos por onde deve, sem medo, seguir.

Sob a aragem da ilusão, sem ferir o coração, viaja em terras estranhas

E sem artimanhas conjuga o verbo em seu tempo, usa o substantivo,

E os sinônimos mais ativos para desvendar sentimentos alheios.

Vai fundo nas palavras, que sem receios, descrevem o mundo dos homens

Cria nomes e codinomes nos marcos desconhecidos, dizendo avante a vida

Na perfídia da ilusão, sentindo a verdade do amor no fundo do coração.

Cinqüenta e sete anos de estrada, cinqüenta e sete janeiros nas costas

Não importa a cronologia, que a cada dia fecha a porta à juventude

Nem as flores mortas que o chão sujam enquanto o tempo não as desfaz

Cinqüenta e sete anos de quem quando criança não ganhou um beijo

Cinqüenta e sete Trinta e Um de Março, que se fez à busca do amor;

Cinqüenta e sete velinhas que depois dum lampejo restou só a fumaça.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 01/04/2007
Reeditado em 02/04/2007
Código do texto: T433956
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