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A visão anda encurtando

A audição olvidando

O paladar agridoceando

O olfato desaromando

O tato tateando

E os subprodutos

Vão sendo gerados

No processo chamado vida

Vejo um mundo cada vez menor

Os sons baixam de tom

Os gostos são duvidosos

Os aromas não tão cheirosos

O toque já não arrepia

Mas nada disso importa

Porque a cabeça ainda é porta

Aberta

Para o porvir

Para o rir

Para o sonhar

Para o amar

O grande amor da minha existência

Que me acompanha há mais de 40

Aos frutos que me deu

Presente maior de Deus

Aos velhos amigos presentes

Aos mais recentes

Aos que já estão ausentes

Mas não esqueço

Enfim para o viver

Mesmo num mundo menor

Mas repleto de enormes compensações

Sendo a maior delas

O acompanhar o novo

Pintado em cores especiais

Emolduradas em seres

Pequenos grandes amores

Que fazem a passagem

Ser plena

E plagiando o poeta

Infinita enquanto dure

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 06/07/2016
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